Busca Categorias

Descubra mais conteúdos

Publicado em

03/10/25 09:00

por

Equipe BV Inspira

Governança corporativa e compliance: qual a importância?

Ícone digital de governança e compliance corporativa sobreposto enquanto uma equipe analisa relatórios e notebooks em uma reunião.

Quem acompanha as notícias de negócios já percebeu que fraudes contábeis, crises de imagem e multas milionárias costumam ter algo em comum: questões relacionadas à governança e compliance. Não por acaso, investidores, clientes e reguladores observam esses dois temas com atenção antes de apostar em qualquer empresa.

Governança corporativa e compliance formam um sistema que protege a companhia de riscos, amplia a transparência e cria um valor sustentável a longo prazo.

Neste artigo, você irá compreender o que é governança corporativa e compliance, como esses conceitos se complementam (e se diferenciam), os benefícios para a organização e o passo a passo para implementar práticas sólidas em sua empresa. Continue a leitura abaixo!

 

O que é governança corporativa?

De forma simples, governança corporativa é o conjunto de processos, regras e estruturas que determinam como a empresa é dirigida, monitorada e incentivada. Seu principal objetivo é garantir que a organização seja gerida de forma transparente, ética, responsável e eficiente, protegendo os interesses de todos os seus stakeholders — como acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores e a sociedade em geral. Ela se apoia em quatro princípios básicos:

 

  1. Transparência: divulgar informações relevantes de forma clara e tempestiva;
  2. Equidade: tratar acionistas e demais partes interessadas (stakeholders) de maneira justa;
  3. Prestação de contas (accountability): os responsáveis assumem as consequências de seus atos e explicam resultados;
  4. Responsabilidade corporativa: gestão comprometida com viabilidade financeira, social e ambiental.

 

Como exemplo prático: uma companhia de capital aberto que publica atas de conselho, mantém um canal de denúncias e possui comitês independentes de auditoria, riscos e sustentabilidade demonstra um robusto de governança corporativa e compliance.

 

O que é compliance?

Compliance é o conjunto de políticas e processos que garantem que a organização esteja em conformidade com as leis, regulamentos, normas internas e externas, além de princípios éticos. A palavra vem de “to comply” (estar em conformidade). Os principais objetivos são prevenir fraudes, corrupção e irregularidades, assegurar o cumprimento de leis e normas regulatórias, promover uma cultura ética e íntegra, proteger a reputação da empresa, detectar e responder a riscos.

 

Alguns exemplos de políticas de compliance:

 

  • Políticas de Integridade e Anticorrupção;
  • Regras para brindes, presentes e hospitalidades;
  • Due diligence de terceiros;
  • Política de Conflito de Interesses;
  • Políticas de Treinamento e Conscientização.

 

Quais as relações entre governança corporativa e compliance?

A governança estabelece os princípios, estruturas e diretrizes para a condução da empresa, enquanto compliance assegura que essas diretrizes sejam cumpridas na prática, por meio de políticas, controles e monitoramentos.

De forma prática, pense no conselho de administração aprovando um código de conduta (governança), enquanto a área de compliance é responsável pela implementação do treinamento e monitoramento junto aos colaboradores (execução).

Na prática, governança corporativa e compliance se retroalimentam. Um programa de compliance bem estruturado demonstra ao mercado que a governança ao mercado que a governança está efetivamente aplicada. Por outro lado, sem o apoio ativo do conselho de administração e alta administração, a cultura de compliance perde força e dificilmente se concretiza.

 

Benefícios da governança e compliance nas empresas

Quando bem integrados, governança e compliance criam um ambiente corporativo mais seguro, confiável e sustentável, contribuindo para o crescimento saudável da empresa.

A governança corporativa e o compliance se convertem em valor real ao negócio ao fortalecer a empresa em diversos aspectos estratégicos, operacionais e reputacionais. Confira, a seguir, alguns exemplos:

 

Promoção da ética e transparência

Em primeiro lugar, regras bem definidas reduzem a margem para desvios. Quando todos conhecem os processos de aprovação, políticas de presentes e hierarquia de decisão, o ambiente corporativo se torna menos vulnerável a fraudes e condutas inadequadas.

Além disso, a transparência nos relatórios e na comunicação institucional atrai investidores institucionais, que evitam empresas com estruturas opacas ou de difícil compreensão - chamadas “caixa-preta”. A divulgação de metas ESG e indicadores de risco são atitudes que mostram um compromisso genuíno.

Por fim, uma cultura ética fortalece o clima organizacional, com estudos que mostram que equipes tendem a confiar mais em líderes que agem de acordo com os valores que defendem, elevando o engajamento, colaboração e produtividade.

 

Fortalecimento da reputação

Um estudo de longo prazo da FGV EESP (Escola de Economia de São Paulo) analisou cerca de 280 empresas brasileiras, entre 1997 e 2019, e concluiu que as companhias com melhores práticas de governança corporativa apresentaram maior valorização no mercado.

Essa reputação positiva se traduz em valor de mercado: marcas bem governadas demonstram maior resiliência diante de crises. Desse modo, organizações que contam com canal de denúncias eficazes e plano de resposta estruturados conseguem agir rapidamente frente a escândalos, minimizando danos de imagem e preservando a confiança dos stakeholders.

Além disso, selos de governança (como o Nível 2 da B3 ou ISO 37001) funcionam como atestados públicos de confiabilidade, diferenciando a empresa perante concorrentes.

 

Contribuição com a sustentabilidade

Executivos analisam gráficos em tablet e relatórios, discutindo governança e compliance corporativa.
A combinação de governança com compliance ambiental reduz multas e torna a operação mais eficiente.

 

Estruturas sólidas garantem que metas ambientais e sociais estejam integradas ao core business – ou seja, a atividade central da empresa –, e não sejam apenas ações de marketing. Comitês de sustentabilidade alinhados à estratégia corporativa definem indicadores (KPIs), alocam recursos e acompanham os resultados de forma contínua e efetiva.

Além disso, investidores de fundos verdes exigem evidências de boa governança para liberar capital, impulsionando projetos de baixa emissão de carbono.

 

Acesso a investimentos

Empresas com relatórios de controles internos auditados encontram tendem a acessar linhas de crédito mais baratas, pois bancos percebem menor risco de descumprimento regulatório (default regulatório), que pode gerar sanções e impactos negativos em setores inteiros.

No mercado de capitais, fundos institucionais com mandatos ESG só investem em companhias que tenham requisitos mínimos de governança, como forma de ampliar a base de potenciais investidores e valorizando as ações.

Por fim, ao evitar problemas, a empresa reduz provisões jurídicas, o que contribui para manter indicadores financeiros saudáveis, fator decisivo para atrair agências de classificação de risco.

 

Como implementar governança corporativa e compliance?

Saber o que é governança corporativa e compliance é apenas o primeiro passo. O desafio real é colocar as boas práticas em ação.  Esse processo envolve o mapeamento de riscos, a definição clara de responsabilidades e a construção de uma cultura de integridade que permeie todos os níveis da organização — do conselho de administração à linha de frente.

Veja um roteiro prático para tirar esses conceitos do papel:

 

  1. Mapear riscos e partes interessadas: identifique áreas críticas (financeiro, compras, RH, dentre outros); 
  2. Criar ou fortalecer o conselho: inclua membros independentes, diversidade de gênero e experiência; 
  3. Definir políticas e códigos: código de conduta, política anticorrupção e manual de compras são essenciais; 
  4. Implantar controles internos: trilhas de auditoria, segregação de funções e aprovação em múltiplos níveis; 
  5. Treinar e comunicar: campanhas periódicas, e-learning e workshops para lideranças; 
  6. Monitorar e corrigir rotas: KPIs de compliance, avaliações de maturidade e revisões anuais;
  7. Criar canal de denúncias seguro e independente: externo, anônimo, com follow-up;
  8. Relatar resultados: publicar relatórios de sustentabilidade e demonstrar transparência a stakeholders. 

 

Governança corporativa, compliance e o futuro dos negócios

Quando falamos de futuro nos negócios, a tecnologia deve ganhar protagonismo. Ferramentas de análises irão monitorar transações em tempo real, enquanto a Inteligência Artificial (IA) ajudará a detectar padrões suspeitos, antecipar riscos e prever fraudes. Blockchain irá trazer rastreabilidade a cadeias de suprimentos, reforçando a transparência.

Outro movimento provável é a integração total com ESG: metas ambientais e sociais passarão a compor bônus de executivos, conselhos vão criar subcomitês de diversidade e clima, relatórios financeiros e de sustentabilidade irão se fundir em um único documento integrado.

Por fim, a cultura de dados abertos exigirá relatórios cada vez mais detalhados e acessíveis. Empresas que se anteciparem a essa demanda estarão mais bem posicionadas para conquistar vantagem competitiva sustentável.

 

Políticas de governança e compliance do banco BV

No setor financeiro, a robustez dos controles internos é essencial para proteger clientes e investidores, mas também a estabilidade do sistema econômico como um todo. Por isso, o BV adota políticas de governança corporativa e compliance que vão além das exigências regulatórias, reforçando o compromisso com a transparência, a ética e a responsabilidade em todas as operações. Confira alguns dos principais pilares que sustentam esse compromisso:

 

  • Conselho de Administração: atua como responsável por aprovar a política e a estratégia de sustentabilidade de longo prazo;
  • Comitê Executivo: responsável por deliberar as propostas de sustentabilidade e integrar essas práticas às estratégias de negócio e à cultura organizacional;
  • Comitê ASG de assessoramento do CA: o Comitê tem por atribuição assessorar o Conselho de Administração na temática ASG e propor recomendações sobre a Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática;
  • Comitê de Sustentabilidade: formado por executivos do banco, é responsável por discutir, propor e acompanhar nossas ações de sustentabilidade;
  • Comitês de Controles e Riscos e de Riscos e Capital: realizam periodicamente o reporte consolidado do monitoramento de riscos. 

 

Agora que você conheceu nossos pilares, quer se aprofundar mais no tema? Explore os artigos de Sustentabilidade no BV Inspira e descubra como aplicar boas práticas no seu negócio hoje mesmo!

Através do nosso blog você tem acesso às informações atualizadas e relevantes do mercado financeiro. No entanto, as informações aqui apresentadas têm como única intenção o caráter informativo, estando baseadas em dados de conhecimento público, não significando, portanto, quaisquer compromissos por parte do banco BV e não constituem uma obrigação ou um dever para o leitor. O conteúdo disponibilizado é elaborado por terceiros e publicado pelo banco BV. O banco BV e suas empresas coligadas se eximem de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material e de seu conteúdo. O banco BV nunca solicita o envio da sua senha. Nós não pedimos depósitos antecipados para liberação de crédito.

Descubra mais conteúdos

Acesse o aplicativo do BV

qr-code-footer

Aponte a câmera do seu celular para o QR Code acima e tenha acesso ao App BV

Fechar

Fale com a gente pelo Whatsapp BV

QR Code whatsapp

Aponte a câmera do seu celular pro QR Code aqui em cima e tire suas dúvidas com a gente.

Aproveita e já salva o nosso número: (11) 3003-1616

Fechar