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Publicado em

15/07/25 09:00

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Equipe BV Inspira

COP-30 no Brasil: entenda essa conferência da ONU

Silhuetas de pessoas conversando e usando celulares em ambiente com janelas grandes e vista urbana.

Você já deve ter ouvido falar na Conferência das Partes (COP), o grande encontro anual em que os 193 países da ONU e cinco territórios signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) decidem, debatem e assinam compromissos para frear o aquecimento global.

Desde a primeira edição, em 1995, o evento se consolidou como o principal fórum diplomático climático do planeta. Para este ano, a COP-30 foi confirmada para novembro de 2025, em Belém do Pará. Quer saber o que é COP-30 de fato, por que ela será realizada na Amazônia e como ela pode redefinir a posição do país na agenda verde mundial?

Continue a leitura do artigo!

 

O que é COP-30?

A COP-30 é a 30ª Conferência das Partes da UNFCCC. O número indica a edição, não o ano, mas é importante ressaltar: essa COP específica acontece em 2025. Durante duas semanas, chefes de Estado, negociadores, cientistas, empresas, ONGs e vozes da sociedade civil sentam à mesa para atualizar metas de redução de emissões, viabilizar financiamentos e aprovar mecanismos de implementação do Acordo de Paris.

Na prática, a COP-30 tem a missão de avaliar o que deu certo (ou não) desde a COP-21 de 2015, revisar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e estabelecer metas de longo prazo rumo a 2050.

Resumindo, a COP-30 se trata do principal encontro global sobre o clima, desta vez com o Brasil como anfitrião e a Floresta Amazônica como centro das atenções.

 

Quando vai ser a COP-30?

A COP-30 já foi confirmada pelas Nações Unidas e acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.

 

Por que a COP-30 será em Belém do Pará? 

Barco navegando por um rio cercado por vegetação densa, sob céu com nuvens.
A escolha da COP-30 em Belém, capital paraense, não foi mero acaso. 

 

A cidade é porta de entrada da Amazônia, reúne biodiversidade única e simboliza a urgência de proteger o maior bioma tropical do planeta. Além disso, Belém tem uma rica história de resistência e intercâmbio cultural, sendo um polo de saberes indígenas, ribeirinhos e quilombolas.

A COP-30 em Belém coloca luz sobre desafios e soluções amazônicas, reforçando o papel estratégico do Brasil na pauta do clima. Segundo a Agência GOV, a infraestrutura hoteleira, o Centro de Convenções e a proposta de “COP da Floresta” pesaram na decisão da ONU. Ou seja, a capital paraense combina geografia, simbolismo e capacidade logística.

 

Qual a importância da COP-30?

A COP-30 representa uma oportunidade estratégica para o Brasil reafirmar sua liderança climática global. O país poderá apresentar metas ambiciosas, como o desmatamento zero, a transição energética justa e a promoção da inclusão socioambiental. Além disso, o evento poderá viabilizar recursos dos fundos verdes e de perdas e danos, fundamentais para países em desenvolvimento.

Globalmente, a COP-30 marca os dez anos do Acordo de Paris e será decisiva para definir a trajetória rumo à meta de delimitar o aquecimento global a 1,5 °C. Ao falar da importância da COP-30, o encontro em Belém poderá indicar se ainda há um caminho viável para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

 

Quais temas serão discutidos na COP-30? 

Antes de mergulharmos nos tópicos, vale lembrar que vale lembrar que toda COP envolve múltiplas frentes simultâneas, como negociações formais, painéis paralelos e muita diplomacia de corredor. A seguir, listamos os assuntos que devem dominar a COP-30 no Brasil.

 

Redução das emissões de gases de efeito estufa

A principal prioridade das negociações continuará sendo a redução  das  emissões de CO₂, metano, óxidos de nitrogênio e outros gases de efeito estufa. Espera-se que países apresentem NDCs revisadas e alinhadas ao limite de 1,5 °C.

Para isso, o Brasil precisa eliminar o desmatamento e acelerar a eletrificação da frota. Já as potências industriais terão de demonstrar como pretendem encerrar usinas a carvão e ampliarão o uso de fontes renováveis. Tudo isso deverá ser medido, reportado e verificado — o famoso MRV — para garantir transparência.

Outro ponto importante será o Artigo 6 do Acordo de Paris, que cria um mercado global de créditos de carbono. Na COP-30, se espera detalhar regras de integridade, evitar dupla contagem e incluir setores como aviação e transporte marítimo.

Por fim, haverá pressão por metas de metano mais rigorosas, já que esse gás tem poder de aquecimento 28 vezes maior que o CO₂. O Pacto Global do Metano, lançado na COP-26, deve ganhar ainda mais força na Amazônia, considerando que a mesma libera grandes quantidades desse gás.

 

Adaptação às mudanças climáticas 

Mesmo que todas as emissões zerassem hoje, o planeta já aqueceu cerca de 1,2 °C. Por isso, a adaptação ganha destaque como necessidade. Na COP-30, os países discutirão planos nacionais que envolvem desde infraestrutura resiliente (pontes, estradas, saneamento) até sistemas de alerta para eventos extremos. Cidades costeiras, como Belém, poderão mostrar soluções contra a elevação do nível do mar. 

Um dos pontos centrais será o financiamento climático: garantir recursos para comunidades vulneráveis se adaptarem. Espera-se que o chamado Global Goal on Adaptation (GGA) avance com a definição de metas claras de resiliência a serem monitoradas ao longo do tempo. 

A agricultura também será destaque nessa agenda. Práticas como sistemas agroflorestais, manejo sustentável do solo e o uso de sementes adaptadas à seca serão apresentadas como exemplos de adaptação produtiva, especialmente relevantes para países em desenvolvimento.

 

Financiamento climático para países em desenvolvimento

Prometido em 2009, o repasse de US$ 100 bilhões pelos países desenvolvidos ainda não foi plenamente cumprido. A COP-30 deve pressionar o Norte Global para que honrem esse compromisso e ampliem os recursos a partir de 2025. O debate provavelmente incluirá taxas de juros diferenciadas, garantias soberanas e o papel dos bancos multilaterais de desenvolvimento.

Para o Brasil, o destaque será o Fundo Amazônia 2.0, que poderá receber aportes adicionais de países como Estados Unidos, União Europeia e Emirados Árabes. Além disso, espera-se avançar no mecanismo de perdas e danos, criado na COP-27, que visa indenizar países vulneráveis por impactos dos eventos climáticos extremos irreversíveis.

O setor privado também terá papel relevante, especialmente por meio de green bonds (títulos verdes) e blended finance (financiamento misto público-privado). A meta é alinhar os fluxos financeiros globais à meta de neutralidade de carbono até 2050, conforme previsto no Acordo de Paris.

 

Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono

Sol, vento e água estão no DNA brasileiro, mas ainda há muito a crescer. A COP-30 será uma oportunidade para mostrar casos de eólica offshore, solar em telhados e baterias de última geração. O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis, desponta como estrela, com portos do Nordeste e do Norte se preparando para exportar.

Veículos elétricos, biocombustíveis de segunda geração e captura e armazenamento de carbono (CCS) também estarão na vitrine. A ideia é mostrar que descarbonizar é tecnicamente viável e economicamente atrativo. Aliás, espera-se que a COP-30 tenha um forte componente tecnológico com estandes interativos, protótipos e demonstrações para engajar delegações e visitantes.

 

Preservação de florestas e biodiversidade

Uma COP na Amazônia não poderia deixar de priorizar a floresta. A pauta inclui pagamentos por serviços ecossistêmicos, valorização do conhecimento tradicional e o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030.

A biodiversidade também estará no centro das discussões, especialmente em conexão com o  Acordo de Kunming-Montreal, que estabelece a meta de proteger 30% da Terra até 2030. A sinergia entre clima, fauna e flora será fortemente debatida, sobretudo em relação ao avanço da agropecuária sobre áreas sensíveis.

 

Justiça climática e os impactos ambientais das mudanças climáticas

Mudança climática não afeta todo mundo do mesmo jeito. Povos indígenas, comunidades periféricas e países insulares estão entre os mais vulneráveis aos efeitos. A COP-30 tende a dar visibilidade  para essas vozes, reforçando o princípio de justiça climática.

Outro eixo será a distribuição de responsabilidades históricas: quem poluiu mais, deve pagar mais. A questão de “responsabilidade comum, porém diferenciada” volta ao centro, pressionando nações desenvolvidas a liderar cortes de emissões e transferir tecnologia.

 

Sobre a COP-30 no Brasil

A seguir, respondemos às perguntas mais frequentes sobre a COP-30 no Brasil.

 

Quem pode participar da COP-30? 

Oficialmente, quem pode participar da COP-30 são negociadores, autoridades e observadores credenciados pela ONU que compõem as sessões formais. Organizações da sociedade civil, universidades, empresas e até municípios podem solicitar credenciais via UNFCCC
 
Mas se você não pertence a nenhuma entidade, ainda há como participar: a Zona Livre (ou “Green Zone”) é aberta ao público mediante inscrição antecipada. Lá ocorrem painéis, exposições, apresentações culturais e gastronomia amazônica.

 

Como acompanhar as discussões da COP-30?

Quem não for a Belém pode seguir o streaming oficial da ONU e as redes sociais do Governo Federal. Sessões plenárias, coletivas de imprensa e eventos paralelos geralmente são transmitidos ao vivo. Além disso, diversos veículos farão cobertura minuto a minuto, e plataformas como o Climate Action Tracker divulgam análises em tempo real. Blogs, podcasts e newsletters especializados também são ótimas pedidas.

 

Como o Brasil está se preparando para sediar a COP-30?

O governo criou o Comitê Interministerial da COP-30, comandado pela Casa Civil, para coordenar logística, segurança e legado. Estão previstos os investimentos em mobilidade urbana, expansão da rede hoteleira e modernização do Hangar – Centro de Convenções.

A Prefeitura de Belém trabalha em planos de saneamento e revitalização de áreas turísticas. No campo diplomático, o Itamaraty articula com blocos de países como G77 + China para chegar à conferência com propostas alinhadas.

 

O que são as NDCs?

NDC é a sigla em inglês para “Contribuições Nacionalmente Determinadas”. São os compromissos que cada país apresenta para reduzir emissões e se adaptar às mudanças climáticas. A revisão das NDCs ocorre a cada cinco anos. No caso do Brasil, a atual meta prevê zerar o desmatamento ilegal até 2030 e alcançar neutralidade de carbono em 2050.

 

Pessoa tocando uma tela digital com ícones relacionados à sustentabilidade e energia limpa.
Durante a COP-30, essas metas poderão ser ampliadas — ou pressionadas — diante da conferência internacional.

 

Concluindo, a COP-30 no Brasil é muito mais do que um megaevento diplomático. Ela representa uma oportunidade histórica para que o país demonstre, na prática, seu protagonismo climático, atraia investimentos verdes e valorize a Amazônia como ativo estratégico. Ao entender sobre a COP-30, você já está um passo à frente para acompanhar — e influenciar — os rumos das negociações em 2025.

Marque na agenda o evento e fique por dentro de mais conteúdos sobre sustentabilidade no blog BV Inspira. Os próximos anos serão decisivos para o futuro do nosso planeta!

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