Nos últimos anos, a pauta ESG deixou de ser tendência para virar um critério no nosso mundo. Nesse processo, a sustentabilidade social conquistou sua visibilidade: é ela que garante que o crescimento econômico venha acompanhado de equidade, respeito aos direitos humanos e impacto positivo nas comunidades.
Empresas de todos os portes vêm se atualizando a essa nova realidade, seja para atender às exigências de investidores ou para conquistar consumidores cada vez mais conscientes. Mas, afinal, o que é sustentabilidade social, por que ela importa tanto e como aplicá-la na rotina de gestão?
Neste artigo, você irá entender como o conceito se encaixa no tripé da sustentabilidade, exemplos de sustentabilidade social e descobrir os seus principais benefícios, como atração de talentos e redução de riscos. Continue a leitura!
O que é sustentabilidade social?
A sustentabilidade social é o pilar “S” do tripé ambiental, social e econômico. Enquanto o pilar ambiental cuida dos recursos naturais e o econômico garante viabilidade financeira, o desenvolvimento social sustentável foca nas pessoas: direitos, oportunidades, segurança e qualidade de vida.
Dimensões da sustentabilidade social
A sustentabilidade social se desdobra em diferentes frentes que impactam colaboradores, comunidade e cadeia produtiva. A seguir, conheça cada dimensão acompanhada de exemplos de sustentabilidade social que podem inspirar a sua estratégia corporativa:
- Inclusão e equidade: políticas de contratação que estimulem diversidade, programas de capacitação para grupos sub-representados e metas de redução da desigualdade salarial, como, por exemplo, uma empresa que reserva 50% das vagas a pessoas negras;
- Direitos humanos: garantir jornada justa, salário digno, ambiente seguro e liberdade sindical em toda a cadeia. Um exemplo seriam as auditorias de fornecedores para coibir trabalho análogo à escravidão;
- Responsabilidade comunitária: investimento em saúde, educação e infraestrutura nas regiões onde a empresa atua, como a criação de um programa de bolsa de estudos para crianças da comunidade vizinha.
A importância da sustentabilidade social
A sustentabilidade social conecta diversidade, direitos humanos e desenvolvimento comunitário a resultados financeiros, tornando-se critério de avaliação para investidores, clientes e talentos.
Mas por que o tema merece estar no topo da agenda corporativa? A lista de vantagens é longa. Conheça as mais relevantes:
Contribuição para um desenvolvimento sustentável
Ao adotar práticas sociais que prezem pela igualdade de gênero e redução das desigualdades — ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, por exemplo —, a companhia colabora para um desenvolvimento social sustentável.
Promoção da justiça social
Projetos de inclusão e respeito aos direitos humanos reduzem desigualdades, aumentam a estabilidade econômica regional e melhoram de vida das comunidades impactadas.
Ambiente mais saudável e equilibrado
Reduzir disparidades de renda e oferecer condições dignas de trabalho é uma ação que diminui tensões sociais e melhora indicadores de saúde pública, possibilitando a criação de ecossistemas urbanos mais seguros e prósperos.
Melhoria da imagem empresarial
Ter uma boa reputação aos olhos de clientes e investidores é algo muito benéfico para as empresas dos mais diferentes nichos.
Como um exemplo disso, segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria com o Sebrae, 76% dos clientes consideram muito importante que bares e restaurantes adotem ações de inclusão social.
Essa lógica, no entanto, pode se estender para outros setores: marcas que investem em sustentabilidade social ganham reputação positiva e fidelidade de público.
Atração e retenção de talentos
Profissionais, principalmente das novas gerações, priorizam empregadores com propósito claro. Como mostra uma reportagem do G1, os programas sociais para a garantia da diversidade no mercado de trabalho desempenham um papel essencial para corrigir desigualdades históricas, podendo atrair e reter talentos diversos.
Redução de riscos
Ignorar responsabilidades sociais pode resultar em boicotes, multas, processos trabalhistas e perda de licenças. As empresas socialmente engajadas procuram mitigar conflitos e fortalecer relações com o governo e a sua comunidade.
Como aplicar a sustentabilidade social no contexto empresarial?
Colocar a sustentabilidade social em prática exige mais que boas intenções; é preciso método, metas evidentes e engajamento coletivo. O primeiro passo é entender o impacto da empresa nas pessoas — dentro e fora do escritório — para, então, estruturar ações que gerem valor compartilhado.
Veja um roteiro de iniciativas que ajudam a transformar o discurso em resultados tangíveis:
- Realizar um diagnóstico social: mapear impactos diretos e indiretos, identificar grupos vulneráveis e estabelecer prioridades;
- Engajar colaboradores: criar programas de voluntariado, formações sobre diversidade e canais para ideias sociais;
- Estabelecer parcerias estratégicas: unir forças com ONGs, universidades e iniciativas governamentais para ampliar o alcance dos projetos;
- Monitorar e avaliar resultados: definir KPIs (horas de voluntariado, vagas inclusivas, número de beneficiados) e acompanhar periodicamente;
- Divulgar práticas e resultados: relatórios ESG, redes sociais e reuniões internas aumentam transparência e reforçam a marca;
- Criar políticas internas: formalizar códigos de ética, protocolos de denúncia e metas de diversidade para garantir continuidade.
Desafios da sustentabilidade social
Implementar práticas de sustentabilidade social traz ganhos inegáveis, mas o caminho pode ter percalços.
Limitações de orçamento, prioridades conflitantes e mudanças culturais podem atrasar projetos ou até bloqueá-los. Conhecer esses desafios de antemão ajuda a criar estratégias que mantenham a agenda social viva e eficiente dentro da empresa.
Resistência de stakeholders
Stakeholders incluem acionistas, diretoria, colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade e órgãos reguladores, e cada grupo enxerga a sustentabilidade social de forma diferente — muitas vezes com receio de custos ou mudanças.
Para reduzir a resistência, apresentar estudos de ROI a investidores, é importante:
- Mostrar que a inclusão corta turnover;
- Envolver colaboradores no desenho dos projetos;
- Oferecer capacitação;
- Disponibilizar guias e prazos de adequação para fornecedores;
- Manter um diálogo constante com a comunidade, divulgando resultados mensuráveis.
Quando todos compreendem benefícios práticos, a desconfiança cede espaço à cooperação, e os projetos de sustentabilidade social ganham velocidade e impacto.
Falta de recursos
Nem toda empresa dispõe de orçamento robusto. Por isso, buscar parcerias, incentivos fiscais ou linhas de financiamento específicas (como fundos sociais de bancos de desenvolvimento) pode destravar projetos para um desenvolvimento social sustentável.
A sustentabilidade social deixou de ser uma diferenciação e tornou-se um dos pilares do tripé da sustentabilidade. Assim, implementar políticas de inclusão, respeitar direitos humanos e investir na comunidade, além de responsabilidade moral, é inteligência corporativa.
Quer se aprofundar mais no assunto? Leia o conteúdo “Você sabe quais são os critérios ESG? Nós explicamos!” e continue acompanhando o nosso blog para transformar o seu propósito em resultado.