A alta nos preços das coisas não dá trégua para o nosso bolso, não é mesmo? Está mais caro fazer as compras no supermercado, encher o tanque de gasolina e pagar a conta de luz com a nova bandeira tarifária. Então, o jeito é economizar.
As bandeiras tarifárias foram criadas em 2015 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica.
Quer saber como funciona a bandeira tarifária e o que fazer para economizar nos períodos em que a energia está mais cara? Continue a leitura que explicamos tudo sobre o assunto!
Afinal, o que é bandeira tarifária?
É um sistema criado pela Aneel para demonstrar ao consumidor se as condições para geração de energia estão favoráveis ou não. É um esquema de cores com significado parecido com o semáforo, sabe? Verde significa que pode seguir, amarelo é atenção e vermelho mostra que temos que frear o consumo.
Em condições favoráveis, nada muda na conta de luz. No entanto, quando fica mais caro produzir energia, o aumento nos custos é repassado ao consumidor de acordo com a bandeira tarifária aplicada no período. Olha só como funciona:
- bandeira verde: boas condições de geração de energia. Isso significa que não há cobrança adicional na conta;
- bandeira amarela: as condições já não são tão favoráveis. Daí, é cobrado um acréscimo de R$ 1,885 por cada 100 kWh consumidos;
- bandeira vermelha 1: as termelétricas foram ativadas, por isso o custo de geração está mais alto. Nesse caso, o consumidor paga R$ 4,464 a mais por cada 100 kWh gastos;
- bandeira vermelha 2: as condições estão ainda piores e há uma cobrança adicional de R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos. Por enquanto, esse é o nível máximo aplicado para consumidores que pagam tarifa social.
Bandeira tarifária x tarifa de energia elétrica
Veja bem: quando a conta de luz vem mais cara por causa das bandeiras tarifárias, isso não significa que a tarifa de energia elétrica aumentou. Afinal de contas, bandeira tarifária e tarifa são coisas diferentes. Já vamos explicar.
A tarifa é o valor que o consumidor paga pela prestação de serviços para geração, transmissão e distribuição de energia, além dos encargos setoriais e tributos. Já a bandeira tarifária reflete os custos variáveis de geração de energia elétrica.
Quando as condições de geração não estão boas, existe uma cobrança extra por causa das bandeiras aplicadas. Isto é, a conta fica mais cara, mas a tarifa continua a mesma.
Por outro lado, quando o nível de água dos reservatórios está alto e com condições favoráveis para geração de energia, será aplicada a bandeira verde e o valor da conta volta ao normal, entende?
Como calcular o consumo de energia?
Caneta, papel e calculadora na mão, e vamos fazer as contas! Pode parecer trabalhoso, mas saber o quanto de energia que cada equipamento gasta é importante para identificar os grandes vilões de consumo. Assim, você pode pensar em estratégias para economizar.
Nesse contexto, nossa primeira dica é andar pelo local e anotar quais são os equipamentos elétricos que você tem: televisão, ventilador, refrigeradores, micro-ondas, máquina de lavar, fogão, chuveiro elétrico, lâmpadas e por aí vai. Esse cuidado é legal para não deixar nenhum item para trás.
Em seguida, escolha um aparelho para iniciar os cálculos. Todos eles têm uma etiqueta com informações de potência em Watts (W), que fica colada no verso do equipamento. Pode pegar o liquidificador da sua casa, por exemplo, e olhar na parte de baixo que você vai encontrar. Se o eletrodoméstico estiver mais velho, os números podem estar meio apagados. Aí é só pesquisar o dado na internet ao digitar marca e modelo do aparelho.
Nós vamos usar o exemplo de um ar-condicionado com potência de 800W para fazer o cálculo, combinado? Imagine um aparelho usado apenas no período da noite para dormir. Para saber a quantidade consumida por mês, é necessário multiplicar a potência pelo tempo de horas de funcionamento e dias de uso. Veja:
- 800W X 8 horas por dia = 6.400 Watts por hora (Wh)
- 6.400 X 30 dias (1 mês) = 192.000 Wh consumidos em um mês.
Como a conta de energia vem em Kilowatt por hora (kWh), precisamos fazer a conversão. É simples: basta dividir o resultado da conta por 1.000. Olha só:
- 192.000 / 1.000 = 192kWh
Para saber o valor em reais, é necessário multiplicar pelo preço da tarifa. Como não existe um valor único para todo o país, vamos usar R$ 0,856 apenas para fins de simulação, ok? Agora, faça a conta:
- 192 X 0,856 = R$ 164,352
Pronto! Esse é o valor mensal que você gasta ao dormir todos os dias com o ar-condicionado ligado. Quem usa o aparelho 24 horas pode multiplicar o valor por três. Caro, né?
Vamos comparar o consumo com um ventilador portátil para ver a diferença no final do mês? Pois bem, imagine um aparelho pequeno com a potência de 50W. Fazer o cálculo você já aprendeu:
- 50 X 8 = 400Wh
- 400 X 30 = 12.000Wh
- 12.000 / 1.000 = 12kWh
- 12 X 0,856 = R$ 10,272
Uma diferença gritante, concorda? É claro que o conforto térmico não é o mesmo. No entanto, quando a temperatura do dia está mais amena, vale a pena fazer a substituição para gastar menos energia.
Como economizar energia elétrica?
A seguir, confira algumas dicas para economizar energia elétrica:
Invista em energia solar
Quem adere ao consumo consciente e se preocupa com a sustentabilidade certamente já pensou em formas mais limpas de gerar energia, como a energia solar. Se esse é o seu caso, temos uma boa notícia: o Brasil tem condições muito favoráveis para isso, uma vez que conta com um dos maiores níveis de incidência solar do mundo.
Em alguns casos, é possível instalar placas fotovoltaicas suficientes para suprir a necessidade elétrica de uma casa ou comércio inteiro. Você pagaria para a concessionária apenas a taxa mínima e a contribuição para iluminação pública. No fim do mês, isso pode representar uma economia de até 90% na conta. Legal, não é?
O melhor é que existem linhas de crédito para financiamento de energia solar, e o tempo médio para retorno sobre investimento é de 5 a 7 anos. Pense bem: o sistema de geração de energia solar tem uma vida útil de cerca de 25 anos. Ou seja, você teria quase 20 anos de bônus. Faça as contas aí para ver a economia que isso pode gerar.
Tenha um bom projeto luminotécnico
O projeto luminotécnico determina o nível certo de iluminação em cada ambiente para garantir conforto visual. Nesse contexto, as lâmpadas são posicionadas em locais estratégicos levando em conta a iluminação natural e necessidade de luz direta ou indireta.
Pense em um ambiente grande com apenas um ponto de luz elétrica. Para iluminar todos os cantos, será necessária uma lâmpada bem forte, certo? Por outro lado, ao planejar a distribuição de pequenas luminárias, você poderá acender apenas alguns pontos de acordo com a necessidade. Assim, é possível minimizar os gastos com energia.
Use cores claras nos ambientes
Quem diria que as cores das paredes e dos móveis influenciam no consumo de energia elétrica, não é mesmo? Acredite se quiser: cores escuras retêm mais luz e calor. Daí você vai sentir a necessidade de ligar a luz para enxergar direito e usar ventilador ou ar-condicionado para melhorar o conforto térmico.
Já com as cores claras acontece o contrário: elas refletem luz e calor, em vez de reter. Assim, o ambiente fica mais iluminado e fresco. Sendo assim, é interessante pensar nesse aspecto na hora de decorar o ambiente, combinado?
Investir em energia solar é uma boa solução para reduzir os custos com energia elétrica. Além de a energia renovável ser boa para o meio ambiente, os benefícios incluem baixo custo de manutenção, alta durabilidade, e de quebra, valorização do imóvel. Mais: é possível contratar um financiamento de energia solar. Dessa forma, o investimento não pesa no seu bolso.
Gostou do assunto? Então, que tal continuar se informando? Veja como está o panorama sobre a energia solar no Brasil e conheça as principais tendências do setor.