No dinâmico mercado financeiro, a diversificação de investimentos é uma estratégia fundamental para empresas e investidores que buscam otimizar seus retornos e mitigar riscos. Para quem já possui uma carteira consolidada e procura novas opções de renda fixa com potencial de rentabilidade diferenciado, a Letra Financeira (LF) surge como uma alternativa relevante.
Essa aplicação oferece características que podem ser muito vantajosas para o planejamento financeiro de longo prazo. Ao longo deste artigo, vamos explorar em detalhes o que é a Letra Financeira, as diferentes classes existentes, os riscos envolvidos e os principais pontos que devem ser considerados antes de investir.
O que é Letra Financeira?
A Letra Financeira é um título de dívida de longo prazo, emitido por Instituições Financeiras, como o banco BV. O principal propósito da emissão de uma Letra Financeira é captar recursos para financiar as operações da própria instituição, como a concessão de crédito.
Diferentemente de outros títulos de renda fixa, a Letra Financeira possui prazos de carência e valores mínimos de aplicação mais elevados, sendo mais adequada para investidores qualificados, institucionais e de alta renda, que não dependam de liquidez imediata.
As Letras Financeiras Sênior, por exemplo, exigem um prazo mínimo de investimento de 24 meses e um valor de aplicação a partir de R$ 50.000,00. O prazo e valor inicial podem ser maiores dependendo da classe do título, conforme explicaremos adiante. Essa característica de longo prazo é um dos pilares desse investimento, influenciando diretamente sua rentabilidade.
Características e funcionamento das Letras Financeiras
O funcionamento das Letras Financeiras é relativamente simples, mas as suas características as distinguem de outras opções de renda fixa. Confira alguns dos seus principais pontos a seguir:
Rentabilidade
A rentabilidade de uma Letra Financeira pode ser estruturada de diferentes formas, oferecendo flexibilidade para se adequar a diversas expectativas de mercado. As principais modalidades são:
- Prefixada: ao optar por uma Letra Financeira prefixada, a taxa de juros é definida no momento da aplicação e permanece fixa até o vencimento. Isso significa que o investidor já sabe exatamente quanto irá receber ao final do período, proporcionando previsibilidade para o seu planejamento financeiro;
- Pós-fixada: nesse caso, a rentabilidade da Letra Financeira está atrelada à oscilação de taxas de juros, por exemplo, taxa DI, taxa Selic, ou índices de inflação, como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo);
- Híbrida: uma Letra Financeira híbrida combina as duas modalidades anteriores. Parte da rentabilidade é prefixada, garantindo um ganho mínimo, e a outra parte é pós-fixada, atrelada a um indexador. Essa estrutura oferece um equilíbrio entre previsibilidade e proteção contra a inflação, por exemplo.
Garantia
No que diz respeito à garantia, é importante destacar que a Letra Financeira não conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Essa é uma das principais diferenças em relação a investimentos como CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), que contam com a proteção do FGC até o limite de R$ 250 mil por CPF/CNPJ e por instituição, com um teto global de R$ 1 milhão por investidor em um período de quatro anos.
Assim, o risco do investimento em Letras Financeiras está diretamente atrelado à solidez e à capacidade de pagamento da Instituição Financeira emissora. Por essa razão, é fundamental pesquisar e escolher bancos ou instituições com boa saúde financeira e histórico comprovado no mercado, como o banco BV.
Tributação
Assim como a maioria dos investimentos de renda fixa, a Letra Financeira está sujeita à incidência de Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento. A tributação segue a tabela regressiva, o que significa que quanto mais tempo o dinheiro permanecer investido na aplicação, menor será a alíquota do IR.
As alíquotas são as seguintes:
| Número de de dias decorridos após a aplicação | Alíquota de IR (%) |
| Até 180 | 22,5% |
| De 181 a 360 | 20,0% |
| De 361 a 720 | 17,5% |
| Acima de 720 | 15,0% |
É importante lembrar que o IR é retido na fonte no momento do resgate ou vencimento da Letra Financeira, e incide apenas sobre os rendimentos do investimento.
Quais são as classes das Letras Financeiras?
As Letras Financeiras podem ser classificadas em diferentes tipos, cada uma com características específicas de prazo, valor mínimo e, principalmente, em relação à sua prioridade de pagamento em caso de liquidação da instituição emissora.
Embora o termo “classes” não seja utilizado formalmente na regulamentação, ele é amplamente adotado pelo mercado para diferenciar os tipos de Letra Financeira conforme sua estrutura de subordinação e finalidade regulatória. Confira:
1. Letra Financeira Sênior (LF)
A Letra Financeira Sênior (“LF”) é a forma mais comum e menos arriscada entre as categorias de Letra Financeira. Ela não possui cláusula de subordinação, o que significa que, em uma eventual liquidação da instituição emissora, seus detentores têm prioridade de recebimento em relação aos detentores de dívidas subordinadas.
Para investir em uma Letra Financeira Sênior, a aplicação mínima inicial é de R$ 50.000,00, e o prazo mínimo da operação é de 24 meses.
2. Letras Financeiras Subordinadas Nível II (LFSN)
As Letras Financeiras Subordinadas Nível II (LFSN) são consideradas de risco intermediário, utilizadas para compor o capital regulatório das instituições financeiras. Elas possuem cláusula de subordinação, de modo que, em caso de liquidação, seus detentores recebem após os credores sêniores, mas antes dos acionistas e de outras dívidas subordinadas. A aplicação mínima inicial para uma LFSN é de R$ 300.000,00, e o prazo mínimo da operação é de 60 meses.
3. Letras Financeiras Subordinadas Complementares Nível I (LFSC)
As Letras Financeiras Subordinadas Complementares Nível I (LFSC) representam o maior risco dentro das classes de Letra Financeira, pois são as últimas na ordem de prioridade de pagamento em uma liquidação, vindo antes apenas dos acionistas. Elas são utilizadas pelas instituições para compor o seu capital de Nível I, que representa o capital de maior qualidade da instituição, por ser o primeiro a absorver perdas e oferecer maior proteção à saúde financeira da instituição.
Para as LFSC, a aplicação mínima inicial é de R$ 300.000,00. Uma característica importante é que este produto não possui vencimento definido, mas estabelece um prazo mínimo de 60 meses para o exercício da opção de recompra pela instituição emissora.
A escolha da classe de Letra Financeira ideal dependerá do seu perfil de risco, dos seus objetivos de investimento e do prazo que você está disposto a manter o capital aplicado. É fundamental compreender as implicações de cada estrutura antes de investir.
Por que investir em Letra Financeira?
Investir em Letra Financeira pode ser uma excelente estratégia para investidores que buscam alternativas diferenciadas no mercado de renda fixa. Os principais benefícios são:
- Investimento de longo prazo, com rendimento mais atrativo: se a sua estratégia é manter o capital investido por um período estendido, a Letra Financeira pode ser mais interessante do que outras operações de renda fixa, que muitas vezes oferecem rentabilidades menores para prazos curtos;
- Recebimento de juros periódicos: possibilidade de contratar com o recebimento de juros em intervalos regulares, a cada 180 dias corridos. Isso pode ser uma vantagem para quem busca um fluxo de caixa periódico, mesmo em um investimento de longo prazo;
- Diversificação da carteira: com exposição a instrumentos não cobertos pelo FGC, mas emitidos por instituições sólidas.
Letra Financeira e outros investimentos de renda fixa
Para entender melhor a atratividade da Letra Financeira no mercado, também é válido compará-la com outros investimentos de renda fixa populares.
O CDB, por exemplo, é um título emitido por bancos para captar recursos, assim como a Letra Financeira. A principal diferença é que o CDB geralmente conta com prazos mais curtos, oferece liquidez diária em algumas modalidades e é coberto pelo FGC.
As LCIs e LCAs são semelhantes ao CDB, mas destinadas ao financiamento de setores específicos (imobiliário e agronegócio). A grande vantagem é a isenção de Imposto de Renda para Pessoas Físicas e a cobertura pelo FGC. Contudo, essas características de segurança e isenção fiscal geralmente vêm acompanhadas de rentabilidades menores quando comparadas à Letra Financeira, especialmente em aplicações de prazo equivalente.
Debêntures, por sua vez, são títulos de dívida emitidos por empresas (não financeiras) para captar recursos. Elas podem ser incentivadas (isenção de IR) ou não (com tributação). Assim como a Letra Financeira, as debêntures não contam com a proteção do FGC, e o risco está atrelado à solidez da empresa emissora.
Quais são os principais riscos envolvidos?
Apesar dos atrativos, é fundamental que o investidor esteja ciente dos riscos associados à Letra Financeira.
Em primeiro lugar, como esse título não é coberto pelo FGC, em caso de falência ou liquidação da instituição financeira emissora, existe o risco de não reaver o capital investido. Por esse motivo, a escolha de um emissor sólido e confiável é essencial para mitigar o risco de crédito.
Além disso, a Letra Financeira é um investimento com prazos mínimos de 24 a 60 meses e, em alguns casos, sem vencimento definido. Assim, não há a possibilidade de resgate antecipado, o que significa que o capital ficará "travado" por um período considerável. Isso exige um planejamento financeiro cuidadoso por parte do investidor.
Por fim, embora a renda fixa seja menos volátil que a renda variável, variações nas taxas de juros de mercado podem impactar o valor de uma Letra Financeira caso o investidor deseje negociá-la no mercado secundário antes do vencimento. No entanto, se mantida a aplicação na Letra Financeira até o vencimento, a rentabilidade contratada será garantida (para prefixadas) ou acompanhará o indexador aplicável (para pós-fixadas/híbridas).
Como investir em Letra Financeira com o BV?
Investir em Letra Financeira com o banco BV é um processo estruturado, pensado para oferecer segurança e as melhores oportunidades para o perfil do investidor.
O primeiro passo é entender se essa aplicação se alinha ao apetite de risco e aos objetivos financeiros do investidor. Nossos especialistas estão preparados para auxiliar nessa avaliação, garantindo que o produto escolhido seja o mais adequado para a estratégia de investimento do investidor, considerando o prazo, o valor e a rentabilidade esperada.
Uma vez que o perfil do investidor tenha sido avaliado e a decisão de investir seja tomada, nossos especialistas guiarão o investidor por todo o processo de aplicação. Ela é realizada via mesa de operações, onde o investidor terá acesso direto a informações detalhadas sobre as Letras Financeiras disponíveis no momento, suas taxas, prazos e condições.
Com o banco BV, o investidor conta com atendimento personalizado e solidez institucional, para fazer escolhas inteligentes para o seu capital.
Quer saber mais sobre as opções de Letra Financeira disponíveis para sua empresa ou seu perfil de investidor? Entre em contato com os especialistas do BV e descubra as melhores oportunidades para seus objetivos.
Aviso legal: Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não constitui oferta pública de valores mobiliários. A aquisição de Letras Financeiras está sujeita à análise de perfil do investidor e às condições previstas na regulamentação vigente. Consulte seu assessor de investimentos ou especialista do banco BV para mais informações.
