A era digital trouxe uma avalanche de informações, transformando a maneira como lidamos com dados. O conceito de Open Data, ou dados abertos, emergiu como uma resposta a essa nova realidade, permitindo que informações sejam compartilhadas de forma transparente e acessível. Essa mudança não apenas democratiza a informação, mas também abre portas para inovações em diversas áreas, especialmente nas finanças.
Neste artigo, vamos explorar o que é Open Data, sua importância e como se relaciona com o Open Finance. Ao final, você entenderá como esses conceitos podem te beneficiar e por que é crucial estar informado sobre a exposição de dados pessoais e institucionais.
Convidamos você a continuar a leitura e descobrir como o Open Data pode impactar sua vida financeira e a competitividade do mercado.
O que é Open Data?
Open Data, ou dados abertos, são informações públicas de empresas, disponibilizadas de forma acessível, transparente e gratuita, para que qualquer pessoa possa usar,
reutilizar ou compartilhar - desde que respeitadas exigências mínimas, como a citação da fonte.
Esses dados seguem princípios bem definidos:
- Completos e atualizados;
- Disponíveis em formatos abertos e legíveis por máquinas (como CSV, XML ou JSON);
- Acessíveis a todos, sem barreiras técnicas ou legais.
A segurança é parte fundamental do processo. Os dados abertos não expõem informações pessoais ou sigilosas — pelo contrário, são cuidadosamente tratados para garantir a proteção da privacidade dos cidadãos. Órgãos públicos e privados seguem normas de governança e protocolos de segurança para garantir que apenas informações de interesse coletivo e sem risco à privacidade sejam publicadas.
Entre os exemplos mais comuns de dados abertos, podemos citar:
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Indicadores de saúde (como vacinação ou incidência de doenças);
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Dados de mobilidade urbana (como horários de ônibus ou trânsito em tempo real);
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Estatísticas educacionais (como taxas de alfabetização ou desempenho escolar);
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Dados econômicos e financeiros (como indicadores de inflação, taxas de câmbio, orçamento público ou índices de crédito).
Essas informações são valiosas para pesquisadores, desenvolvedores, jornalistas, empresas e gestores públicos, pois permitem análises, comparações e tomadas de decisão mais embasadas. Além disso, fomentam a inovação, fortalecem a transparência governamental e ajudam a construir soluções mais eficientes para desafios sociais.
A importância do Open Data
A relevância do Open Data vai muito além da simples disponibilização de informações. Ele tem o potencial de transformar a forma como governos, empresas e cidadãos tomam decisões. Um bom exemplo é a formulação de políticas públicas mais eficazes e baseadas em dados reais, o que aumenta a transparência e a confiança da população nas instituições.
Além disso, a adoção de dados abertos permite uma prestação de serviços mais eficiente e adaptada às reais necessidades da sociedade. A abertura dessas informações também estimula o surgimento de novos negócios e tecnologias.
Segundo um estudo do Instituto Global McKinsey, a adesão ao Open Data pode representar um aumento de até 1 a 1,5 ponto percentual no PIB de grandes economias, como a União Europeia, até 2030. Isso mostra o impacto econômico direto que essa prática pode ter no desenvolvimento sustentável e competitivo dos países.
Um ótimo exemplo é o portal de dados abertos do Governo Federal, que disponibiliza uma vasta gama de informações públicas para que cidadãos, empresas e pesquisadores possam desenvolver soluções, realizar análises ou criar aplicativos inovadores. Esse tipo de iniciativa mostra como a transparência pode caminhar lado a lado com o desenvolvimento tecnológico.
Open Data x Open Finance: qual a diferença?
Embora estejam conectados, Open Data e Open Finance são conceitos distintos. O Open Data se refere a informações públicas e acessíveis a qualquer pessoa, sem restrições. Já o Open Finance envolve dados financeiros pessoais e sensíveis, cujo compartilhamento só ocorre mediante autorização do titular.
Ou seja, ao contrário do que o nome pode sugerir, o Open Finance não é "aberto para todos", mas sim um sistema controlado, com acesso restrito às instituições autorizadas e finalidades específicas. Apenas o próprio cliente tem o poder de decidir qual instituição pode acessar os dados e por quanto tempo.
Como o Open Data alavanca o Open Finance
O Open Finance representa uma nova fase do sistema financeiro, em que o cliente pode compartilhar dados de uma instituição financeira com outra para proporcionar produtos e serviços mais personalizados.
E onde o Open Data entra nessa história? A resposta está nos princípios compartilhados por ambos: transparência, inovação e empoderamento do consumidor. O uso estratégico de dados abertos potencializa a atuação do Open Finance ao criar um ambiente mais competitivo e justo para todos os players do mercado.
Veja alguns dos benefícios dessa integração:
- Acesso facilitado a dados: com informações mais acessíveis, o consumidor pode comparar produtos financeiros de forma rápida, o que incentiva a concorrência e reduz custos;
- Inovação no desenvolvimento de produtos: com mais dados disponíveis, fintechs e bancos conseguem criar soluções mais eficazes e alinhadas às necessidades reais do público;
- Melhora na tomada de decisões: consumidores e empresas passam a contar com informações mais confiáveis para tomar decisões financeiras.
Inclusão digital
A democratização do acesso aos dados passa, necessariamente, pela inclusão digital. Muitos brasileiros ainda enfrentam obstáculos como falta de internet, dispositivos ou letramento digital, o que os impede de aproveitar os benefícios desses modelos. É fundamental desenvolver políticas que combatam essas desigualdades.
Os modelos de Open Data e Open Finance, apesar de distintos em suas aplicações, compartilham um mesmo princípio: tornar os dados mais acessíveis e úteis para a sociedade. Enquanto o Open Data promove a transparência por meio da abertura de informações públicas, o Open Finance permite que consumidores compartilhem seus dados financeiros, a partir de uma autorização, entre instituições financeiras autorizadas.
O futuro do Open Data é promissor. A prática já está sendo incorporada por diversos setores e, com o amadurecimento das tecnologias e a evolução da legislação, tende a se tornar ainda mais presente no nosso cotidiano.
Quer saber mais sobre o impacto dos dados abertos nas finanças e nas suas decisões? É só acessar a categoria de conteúdos sobre Open Finance no Blog BV Inspira e ficar por dentro de tudo que está mudando no mercado financeiro!