Cenário BV | Otimismo no fechamento do ano

08:52:38 - São Paulo, 9 de dezembro de 2025

O fechamento de 2025 é positivo, com o otimismo global. Incertezas financeiras, no entanto, não incentivam mudanças nas projeções.

Governo, juros e investimentos sustentam otimismo global. Apesar das incertezas geopolíticas e tarifárias, há a leitura de que os estímulos fiscais e monetários nos Estados Unidos, além dos investimentos privados em tecnologia, podem suavizar a desaceleração global. O resultado é a continuidade de um cenário otimista para os mercados financeiros e mercados emergentes.

Cenário externo favorece corte de juros. Este bom desempenho global influencia o comportamento econômico doméstico. Com o câmbio controlado e a desaceleração econômica em curso, a inflação corrente mostra bom comportamento e influencia favoravelmente a convergência das expectativas de inflação. Este quadro, por sua vez, abre espaço para o início de um ciclo de afrouxamento monetário no Brasil.

Desaceleração local deverá ter continuidade. Mesmo com o corte esperado de juros, no entanto, o ano de 2026 segue desafiador para o crescimento. Embora os estímulos fiscais e as exportações de commodities ajudem a sustentar o crescimento, juros médios elevados produzem efeitos negativos e defasados sobre a economia, desaceleração que vem sendo liderada pelos setores mais sensíveis ao crédito. Além disso, a expectativa é de acomodação na produção agrícola. Como resultado é esperada alguma acomodação no mercado de trabalho.

Cenário é de volatilidade financeira. Embora o quadro econômico e financeiro corrente seja positivo, as incertezas para o próximo ano se acumulam e reduzem o incentivo para mudanças amplas nas principais projeções. O quadro inflacionário norte-americano não é claro, as incertezas geopolíticas e tarifárias devem persistir e, com isso, o risco de uma correção das bolsas norte-americanas se mantém. Domesticamente, as eleições devem ser decididas por uma margem estreita de votos e impedir a antecipação de cenários. Com baixa previsibilidade, é natural que eventos de curto prazo tenham maior peso e gerem volatilidade financeira.

Projeções mostraram melhorias marginais. Alguns ajustes marginais foram feitos nas principais projeções. A expectativa é de um crescimento de 2,3% neste ano, com o câmbio encerrando o ano no patamar de R$ 5,40 e a inflação ficando em 4,5%. Para 2026, a economia deve crescer 1,5%, com câmbio de R$ 5,50, IPCA em 4,3% e taxa básica de juros de 12%.